Não sei se já viram aquele filme que tem como personagem principal uma guia-intérprete na Grécia? Não é que o filme seja uma obra-prima, mas tem momentos que só vivendo esta profissão é que podemos mesmo deliciar-nos com eles e rir à gargalhada. Um desses momentos é quando ela repete umas 3 vezes que podem deixar os casacos no autocarro. Não podia ser mais real! Para um tour funcionar bem, existe todo um lado prático que deve ser levado em consideração, por vezes até mais do que a informação histórica que é dada ao grupo. Obviamente, o saber é importantíssimo, mas passar a informação do ponto de encontro após o tempo livre, das horas a que o mesmo será, ou onde ficará o autocarro, ou onde fica o café para comprarem os tais bolos ou para terem atenção às carteiras e máquinas fotográficas e que sim podem deixar as coisas ou devem levá-las porque já não voltamos ao bus... toda essa parte é essencial para que as pessoas não se sintam perdidas e para que regressem sentindo-se protegidas. Informar essa parte é o mais difícil de tudo, porque é realmente importante que todos ouçam e que não haja falhas. Dizemos a primeira vez ao terminar por exemplo a introdução do local onde vamos parar (ainda no autocarro). Voltamos a repetir ainda antes de sairem e de portas fechadas: a hora, o local; repetimos a hora das várias formas que possa ser dita na língua do grupo (exemplo: duas e meia ou às quatorze e trinta). Colocamo-nos de pé, voltamo-nos para eles e a olhar nos olhos voltamos a repetir. E por vezes uso ainda a técnica da pergunta: "então a que horas nos encontramos? e onde?" e eles lá respondem em coro. Mas acreditem, quando saimos todos há ainda um que vai perguntar: "a que horas é que devemos estar de volta? e é aqui que o autocarro fica não é?"
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