O walking tour de hoje teve direito a um extra, um carrinho de bébé. Quando vejo o casal muito feliz e um carrinho com uma bébé de 13 meses pensei: "Ai e agora?". Isto, porque a maioria dos alemães crê que a cidade é plana e que os transportes públicos, incluindo o eléctrico 28, estão preparadíssimos para estes novos mega carrinhos de bébé. Começamos então as conversações e lá decidimos tentar, o que fosse possível estaria óptimo para eles! Fiquei tão feliz por serem tão flexíveis. Tentei ao máximo ir por sítios planos, percorremos a baixa, chegamos ao Rossio, paramos nos Restauradores, voltamos para trás porque achei que seria possível com os elevadores do castelo chegar a um dos miradouros! E realmente foi. Apesar de em certos pontos subirmos a colina, conseguiamos fazê-lo sem escadas. Ainda assim, e por perceber que era um casal novo com interesse pelas artes urbanas, em certos pontos da cidade que só teriam acesso através de escadas, explicava-lhes o que poderiam encontrar e esperava em baixo com a pequena Ema no seu carrinho. Ema de olhos azuis que atraía a atenção de todos! A pequena bébé aguentou estoicamente dentro do seu carrinho durante duas horas, claro que depois deu sinais de querer descobrir o mundo por si, já que no outro dia dera 2 passos sózinha - contaram os país felizes! Criança fora do carrinho significou, pais a andarem de um lado para o outro, choro, sede, fome, protecção solar ou casaquinho (porque tanto apanhavamos sol como vento) e a mãe começou a dar sinal de cansaço. Lembrei-me então de como os alemães têm receio de pedir para terminar um tour mais cedo. Lembrei-me, que no início do tour os pais referiram que quando souberam que o tour era de 4 horas ficaram indecisos porque não sabiam se a bébé iria aguentar. Os alemães sentem que se não nos deixam terminar um tour no prazo estipulado é porque estão a dizer-nos que não estamos a fazer um bom serviço. Ora eu, um pouco com receio de poder ser mal interpretada e parecer que não queria fazer as 4 horas, arrisquei e perguntei se quereriam sentar um pouco para aproveitar o sol e beber um café e brincar com a Ema. Se depois achassem que já era tempo demais, eu não me sentiria minimamente ofendida e poderiamos fazer o caminho de regresso para o apartamento deles. Os olhos da mãe brilharam, agradecida, dizendo que a criança já teria provavelmente sono e que se tinha aguentado tão bem até àquele momento, aceitou o intervalo! Nos meus pensamentos só me ocorria, a diferença de nacionalidades. Qualquer latino teria já pedido para descansar ou parar ou voltar! O nórdico teme a ofensa! Após um café cheio de sol, descemos por Alfama (sim, aí sim descemos as escadas todas), e a Ema acabou por adormecer no carrinho. Os pais felizes terminaram o tour e abasteceram-se no mercado da Ribeira. Para primeiras férias com bébé acho que toda a família portou-se muito bem!
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