Há uns dias, em conversa com uma tour leader, cheguei à conclusão que as questões da vida de um Guia-Intérprete são iguais, aqui ou no outro lado do mundo. Isso fez-me pensar que realmente o ser humano é tão igual. Apesar de tantas vezes clamarmos as diferenças de povos, raças, nacionalidades e sei lá mais o quê, no fundo, somos todos iguais. Em relação ao papel do Guia, achei muito bonito quando ela o descreveu assim: "we make dreams come true"! É um pouco verdade. Férias são sonhos, são momentos de descanso, de descoberta, de prazer, de vontades realizadas e por vezes vontade que exigiram algum sacrifício ao longo de todo um ano! O momento em que vemos o sorriso no rosto das pessoas, em que vemos toda uma linguagem corporal que expande alegria, é o sinal de que a missão foi cumprida! Melhor ainda é, aquele momento em que os turistas encontram "jeito" para nos dizerem directamente que estão felizes e que vão felizes para casa! Há uns dias, num grupo de 160 pessoas, daqueles incentivos em que os participantes ganharam a viagem, em que têm inúmeras actividades e que a ligação com o guia acaba por ser muitas vezes curta, fiquei muito feliz quando um senhor, no meio de um espectáculo nos jardins de Queluz, perde uns minutos dessa noite linda para me procurar e dizer que adorou o tour que fez comigo! Que aprendeu imenso e que levará para sempre a descoberta de Sintra com ele! Foi tão inesperado que quase fiquei de lágrimas nos olhos. Há uns anos, ao terminar um circuito com austríacos, já após o check-in para o vôo de regresso do grupo a casa, no momento da derradeira despedida, os 40 velhotes fazem um círculo à minha volta, e em pleno aeroporto do Porto aplaudem em agradecimento! Eu nem sabia o que fazer, num misto de vergonha e de extrema felicidade, tinha a pele arrepiada. Depois do aplauso, vieram os abraços e beijos e as lágrimas com desejos de boa vida! Estes momentos são... eternos. E o bicho Homem deveria saber descomplicar e simplesmente viver.
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