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"Os ocidentais são todos iguais"

Nós, ocidentais, temos por hábito dizer que os orientais são todos iguais e que não os conseguimos distinguir!

Não será o contrário também verdade? Reparem nestes dois exemplos:

- antes do evento acontecer, foi marcada uma reunião de staff da agência portuguesa com a agência chinesa. O objectivo era dar a conhecer o programa do grupo aos guias e apresentar todas as pessoas envolvidas na organização do evento. Eramos cerca de 10 guias, entre muito outro staff. Entrei, sentei-me na cadeira que me indicaram, coloquei a mala no chão e ao erguer a cabeça deparei-me com um telemóvel bem perto da minha cara. Ouvi - clic! Foi tão inesperado que fiquei um instante congelada naquela posição.

Pensava, quem seria aquela pessoa e porque teria tirado a foto? De imediato o senhor perguntou-me o nome e escreveu no telemóvel.

É-nos então explicado, que as fotos foram tiradas, porque nós somos todos parecidos e assim eles não iriam cometer erros na nossa identificação.

Foi nítido o ar surpreso nas nossas expressões, mesmo que já tivessemos pensado nisso, viver-nos o momento é muito cómico!

- final de jantar de grupo, eu e mais três colegas aguardavamos junto à porta do edifício pela saída do grupo. Um dos senhores da comitiva chinesa dirigiu-se a nós a pedir informações de bares onde ir a seguir ao jantar. Da informação dos bares, passou a perguntas sobre monumentos e assuntos de Lisboa. Foram ainda uns largos minutos de conversa. O senhor decidiu voltar ao jantar e com medo de esquecer-se das dicas que lhe tinhamos dado, perguntou se estariamos ali quando saísse. Certamente que sim, respondemos. Passado um tempo, na hora do grupo sair e regressar ao autocarro, colocamo-nos nas nossas posições de forma a que o grupo percebesse o caminho que tinha de fazer até chegar ao autocarro. Embora já não estivessemos todas perto da porta, não ficamos muito longe.

O grupo começou a sair e a certo momento apareceu o senhor. Reparei que ele pára de caminhar e observa à sua volta. É evidente que procura alguém. E é evidente que não encontra, decide então, dirigir-se a mim:

"Não viu 4 senhoras que estavam ainda há pouco aqui à porta? Precisava falar com elas!"

"Somos nós, sir. Somos nós!"

(apesar da coincidência destas histórias ser com chineses, a verdade é que a segunda situação é muito recorrente. Os turistas têm muito mais dificuldade em memorizar o rosto do guia e do motorista, do que nós temos em memorizar 40 deles! Isso é algo que nunca consegui entender!)

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