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O Sal da Terra

Este filme/documentário já saiu a algum tempo, mas como se costuma dizer, mais vale tarde que nunca e valeu muito a pena tê-lo visto.

Sebastião Salgado licenciou-se em Economia, mas quando descobriu a paixão pela fotografia, que surgiu após a sua mulher lhe oferecer uma máquina fotográfica, dedicou-se totalmente a essa arte.

Juntos descobriram o mundo através da lente de Sebastião e trabalharam para que as suas imagens tivessem uma mensagem a passar: Salgado trabalha por temas e cedo percebeu que a sua formação em economia iria ser a aliada perfeita para revelar muitas das situações terríveis que os humanos vivem por este planeta fora.

As suas imagens são extremamente fortes e belas, Sebastião Salgado partia por longos meses, emergia na comunidade que queria retratar e entre ser aceite e ser o espectador, conseguia sempre captar a alma, a verdadeira alma da situação que queria expor.

"Eu não faço nada, as pessoas é que me oferecem o momento, a foto" - diz a determinado momento do documentário.

A certa altura da sua carreira é chamado por organizações políticas para ajudar a revelar uma situação gravíssima vivida em África. Aceita, mas sem adivinhar que seria o seu último trabalho como fotógrafo social, aquilo que viu, que viveu, que eternizou foi forte demais para o seu sentir. Chorava enquanto fotograva, sentia-se impotente e precisou parar, não conseguia entender se algo mudava no mundo ou não, se afinal tinha valido a pena toda a sua vida de imagens, e achou que a espécia humana "é um animal muito feroz, somos terríveis".

Mais uma vez, uma sugestão de sua mulher, Lèlia, inspirou-o: e se ele fosse fotografar a Natureza? as outras espécies?

Ele foi, e no meio de um Planeta que sentiu ser ainda tão belo criou a série Genesis, e, juntos ,criaram o projeto Instituto Terra, que replantou toda uma mata atlântica - 7000 hectares com mais de 4 milhões de árvores!

Inspirem-se, vejam este filme, percebam que somos nós, as pessoas que podemos mudar o mundo. Não devemos ficar à espera de políticos, é através dos nossos gestos diários que levaremos a bom rumo a nossa Casa, parando de lhe fazer mal, a ela e a nós próprios.

Tratemo-nos com respeito.

O filme começa com esta fotografia: Serra Pelada no Brasil, anos 80, quando milhares de pessoas chegavam aqui para explorar este filão de ouro.

Salgado disse que este buraco lhe lembrava a história da humanidade, a construção das pirâmides no Egipto, a Torre de Babel, e ali estava perante os seus olhos, nos anos de 1980 "isto"!

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