Decidimos sair da cidade e descansar uns dias em família. Não pensar em tarefas rotineiras, não pensar no trabalho, não pensar em obrigações e viver pela primeira vez uns dias de férias a 3!
A primeira grande aventura foi... fazer as malas!
O medo de não levar o suficiente para a nossa pequenina fez-nos empacotar assim:
Estão à vontade para rir, nós também rimos muito, e certamente não será necessário dizer que não usamos metade!
Pais pela primeira vez, têm direito a estas experiências, certo?
Monsaraz foi perfeito, ficamos na Casa da Tia Anica, uma casa fora das muralhas, totalmente recuperada, com aquele ambiente da casa dos avós (lembrou-me tanto Segura, a terra do meu avô paterno). Dois andares, cozinha, terraço, perfeito para quem tem filhos. Cozinhamos, brincamos, dormimos muito bem e sempre que precisamos de alguma coisa, a D. Rosa ajudava (a vizinha da frente, responsável por cuidar da casa.
Felizmente, o anfitrião da casa, teve o cuidado de nos explicar que Monsaraz não tem de momento nem uma mercearia, assim pudemos preparar-nos para que nada faltasse à nossa pequena Magalie. Adoramos a experiência e aconselhamos vivamente.
Depois... é vivenciar a compra do pão pelas 10h30 que chega com aviso de uma buzina, ou pedirem um café à D. Rosa! Adoramos.
Daqui partimos à descoberta de Monsaraz e arredores.
O primeiro conselho que damos aos papás é de transportarem os vossos pequenitos num marsúpio, as ruas empedradas e íngremes não são amigas de carrinhos de bebés.
A localização privilegiada de Monsaraz, situada no topo da colina e com vista sobre o rio Guadiana e a fronteira com Espanha, tornou-a muito cobiçada pelos povos que a disputaram. Conquistada aos muçulmanos por Geraldo Sem Pavor, em 1167, depois perdida e recuperada definitivamente em 1232 pelo rei D. Sancho II com o apoio e auxílio dos Templários, esta bela vila foi assim doada a esta Ordem e exerceu a função de defesa do território português.
Chegar a Monsaraz é ter a sensação de que viajamos no tempo, rodeados de campo e água, num silêncio que impera, perdemo-nos nas ruelas empedradas enquanto olhamos as casas caiadas de branco. Longe do rebuliço temos a sensação que o resto do mundo não existe. Entrem por uma das 4 portas da vila e desfrutem, subam, desçam, visitem as igrejas, a praça com o pelourinho, percorram a muralha erguida aquando das Guerras de Restauração e terminem no Castelo mandado construir por D. Dinis, no século XIV, classificado como Monumento Nacional.
Aqui deixem-se ficar a observar o maravilhoso espelho-de-água da Barragem de Alqueva, o maior lago artificial da Europa.
Nos outros dias fomos até à praia fluvial, descobrimos a Pedra dos Namorados, vimos lugares pré-históricos e brincamos nos campos floridos do Alentejo.
Antes do regresso a casa visitamos o São Lourenço do Barrocal, recentemente galardoado com o prémio de Leão de Ouro da Bienal de Veneza e almoçamos por lá.
Estava tudo delicioso e a Magalie divertiu-se imenso.
Aproveitamos para dizer que em todos os restaurantes que fomos, mesmo aqueles que não tinham opções vegan no menú, ofereceram-se prontamente para nos preparar algo, abertos a ideias, sem julgamentos e má caras!
Esperamos que este post vos inspire, descubram Portugal.
Boa viagem!