Quando viajamos provavelmente visitamos locais que não visitariamos na nossa cidade, como as estações de metro e de comboio.
Quantas vezes já entraram na estação do Rossio?
Já olharam para ela com olho de turista?
Pois é, quando observada com mais atenção toda a estrutura da estação é lindíssima, assim como os painéis que decoram as paredes da plataforma principal.
A estação foi inaugurada em 1890 e o seu nome oficial foi desde logo "Estação Central" - escrito na fachada principal, pois o projeto pretendia que viesse a ligar Lisboa a outras cidades e mais tarde ao Sud Express.
O local escolhido não foi o mais consensual, visto ser um ponto apertado e que exigia a construção de um túnel, mas acabou por avançar.
Ao longo de um ano, um túnel de quase três mil metros foi escavado com picaretas!
Para a fachada principal foi escolhido o estilo Neo-Manuelino, como um revivalismo de um tempo áureo da história de Portugal, numa fase em que a Monarquia estava a encontrar o seu fim.
Já na plataforma principal, a decoração retrata outros momentos da nossa história:
- num dos lados temos medalhões que representam as principais exportações portuguesas na época do Estado Novo, um trabalho de Lucian Donnat e Amaral feito para a Exposição do Mundo Português, mas trazidos para aqui em 1958. Emoldurados com flores, frutos e pássaros, encimados com a esfera armilar, temos frutas, vinhos de mesa, café, cortiça, vinho do Porto, porcelanas, vidros e faianças, conservas, peixe, resinosas, vinho da Madeira, prata, filigrana, sisal, tecelagem, bordados e oleaginosas.
- no lado oposto, obra de Lima de Freitas, de 1995 estão os painéis alusivos a Lisboa: São Vicente, padroeiro da cidade e a Sé; D. Nuno Álvares Pereira e o Convento do Carmo; a rainha D. Leonor e a Madre Deus; o Mosteiro dos Jerónimos; Rei D. Sebastião; o Padre António Vieira; Almeida Garrett e o Teatro Nacional; Fernando Pessoa; Alexandre Herculano e Francisco de Holanda.