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A Dica da Rosa - redescobrir a Madeira

A Rosa Figueiredo é uma das minhas colegas de profissão que trabalha principalmente na linda Ilha da Madeira.

Desafiei-a a escrever sobre este lugar tão especial e prontamente, com o tom mais alegre do mundo, aceitou, o que me deixou a mim muito feliz.

Pedi-lhe que me falasse um pouco sobre ela e decidi colocar a sua descrição tal e qual como me enviou, pois são palavras cheias de energia, alegria, vontade, tudo sensações tão positivas com as quais tanto me identifico.

A sua primeira dica é um percurso pedestre, uma primeira incursão na Floresta Laurissilva

"Sou madeirense, nascida no Município do Funchal em 1966 (é verdade, já tenho 53 anos, embora não os sinta).

A insularidade despertou-me a vontade de viajar, ir além do oceano e conhecer outros sítios, povos e culturas…esta aspiração levou-me a fazer formação na Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira (como sabes, trabalhar como guia interprete também é uma forma de viajar).

Concluí o curso em 1989, mas, inicialmente trabalhei como guia interprete apenas em part-time. Conciliei esta atividade com outras (animação numa unidade hoteleira, handling na TAP e por fim assistente de bordo na extinta Air Atlantis).

O nascimento da minha filha em 1994 e a extinção da Air Atlantis, foram fundamentais, na minha decisão de trabalhar apenas como guia interprete, atividade que me preenche e realiza. Sentia e sinto que estou na profissão certa porque consigo juntar alma e coração ao meu desempenho.

Aproveito ao máximo todas as oportunidades, para me enriquecer e aperfeiçoar o meu desempenho profissional. Quando trabalho, tenho sempre em mente, o que me agrada ou desagrada nas minhas experiências de viagem.

Tenho o privilégio de viver e trabalhar num destino de férias, um pequeno paraíso onde a montanha e o mar se fundem no olhar.

Convido-os, com as minhas dicas, a conhecer melhor esta ilha mágica onde vivo.

Sejam bem-vindos à Madeira."

A minha primeira sugestão, consiste num percurso pedestre, uma primeira incursão na Floresta Laurissilva, onde o património natural e o edificado se fundem e complementam.

Um passeio acessível a todas as idades e capacidades, incluindo invisuais e pessoas de mobilidade reduzida. Um convite ao despertar dos sentidos.

Talvez já saibam que a Madeira possui uma gigantesca rede de canais de irrigação que se estende por vários kms e percorrem a ilha em várias direções.

Inicialmente, nos primórdios do povoamento, serviam apenas para o regadio, tornando possível a atividade agrícola. Como a vertente Sul da ilha é mais exposta ao calor e secura do Verão, foi necessário um trabalho hercúleo de diversas gerações para o transporte da água das nascentes e aquíferos até às pequenas parcelas agrícolas, a água é levada pelos canais, o que explica a designação LEVADA (s).

Posteriormente, nos anos 40, uma complexa obra de engenharia hidráulica tornou possível a alimentação de centrais hidroelétricas através de Levadas, construídas especialmente para o efeito.

Atualmente, os trilhos ou veredas que existem ao longo dos canais, destas fontes de vida, permitem o acesso a locais recônditos da ilha onde a paisagem deslumbra até o mais distraído dos mortais.

O passeio que sugiro consiste em percorrer um desses trilhos ao longo da Levada do Caldeirão Verde, a partir do Parque Florestal do Pico das Pedras até ao Parque Florestal das Queimadas, em Santana (norte da ilha da Madeira) um trajeto de cerca 2 Km, designado como “um caminho para todos”

É possível iniciar o passeio no Parque Florestal das Queimadas, no entanto, sugiro que o façam desta forma para que o possam adaptar melhor ao vosso tempo disponível, ritmo e energia; uma vez que, à chegada ao Parque Florestal das Queimadas, após uma pausa revigorante; podem explorar o parque de forma descontraída, espreitar a magnifica casa museu com uma espetacular cobertura de colmo, sendo ainda possível continuar um pouco mais ao longo do canal em direção ao Caldeirão Verde (percurso de maior grau de dificuldade) antes de regressar ao ponto de partida.

Este passeio decorre numa zona de transição, onde a mancha de floresta exótica (introduzida pelo homem) é progressivamente substituída pela floresta Laurissilva (indígena ou natural), uma floresta milenar, classificada em 1999, pela UNESCO, como património natural mundial, uma autêntica relíquia de vegetação, um pulmão natural que é importante preservar.

Este é um passeio recomendado em qualquer época do ano, neste mês de Fevereiro, o Parque das Queimadas apresenta uma beleza especial com o verde intenso das lauráceas (árvores da família dos loureiros) e outras variedades, salpicado pelo rosa fuschia dos rododendros em floração.

Venham daí descobrir os encantos da Natureza da Ilha da Madeira.

Rosa Figueiredo

rasamaya.figueiredo@gmail.com

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