Leal da Câmara é um nome de referência do concelho de Sintra, mas quantos de nós conhecem a sua obra?
Nascido em Pangim (Nova Goa, Índia), em 1876, Tomás Leal da Câmara chega a Lisboa poucos anos depois.
Estuda Veterinária, mas é nas Artes, principalmente na Caricatura e Desenho, que encontra a sua paixão.
Defensor do Republicanismo, duma sociedade mais justa, da educação para todos, crítico, mordaz, atento e sem medo de dizer o que pensava, desde cedo a sua obra incomodou.
Após uma caricatura ao rei D. Carlos I publicada no jornal mais importante da época, foi chamado à atenção que se repetisse a brincadeira, sofreria consequências.
Sem medo de quais seriam, na edição do dia seguinte, escreveu um artigo sobre as ameaças que recebera e publica nova caricatura.
Foi exilado.
Chegou a Madrid, onde foi logo convidado para trabalhar em jornais e também por ali não teve medo de criticar a rainha e a Igreja.
O resultado? Novamente mandado embora.
Chega então a Paris, onde se encanta com a liberdade de expressão, de vivência, de partilha.
É apenas quando está instaurada a República em Portugal, que regressa ao seu amado País.
Viveu no Porto, em Lisboa e no final da vida adquire uma casa na Rinchoa onde fica até ao fim dos seus dias (1948) com a sua esposa.
Apaixona-se pela vida do dia a dia dos Saloios, que representa em tantas aguarelas. Dedica-se então mais ao ensino, sobretudo feminino, pois considerava que as mulheres tinham os mesmos direitos que os homens.
Sem descendência, doou todo o seu espólio a Sintra e a sua Casa é hoje um Museu.
Ali podemos ver os desenhos, aguarelas, caricaturas, correspondência, os móveis e loiça desenhados por ele, ilustrações para livros infantis e até a sua última obra, que ficou inacabada.
A sua casa fora outrora pertença do Marquês de Pombal, detendo nessa altura a função de entreposto de muda de cavalos situado entre a Quinta da Granja do Marquês (Terrugem, Sintra) e o Palácio de Oeiras!
Conheciam esta história?
Podem ver um reels aqui
Bom passeio!





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